Gostaríamos de agradecer a colaboração de todos vocês na campanha de pré-venda do livro Nem só de amor vive Afrodite, de Julia Peccini, em nosso catálogo de primavera. Na obra Julia trabalha o seu íntimo desejo de deformar palavras e desenvolver sua poética inovadora. a obra é acompanhada de pinturas da artista Andy Villela. Um verdadeiro encontro de linguagens para significar uma obra que contempla a fragmentação do dizer.

nem só de amor vive afrodite nasceu durante os meus três anos de graduação e foi construído em coimbra. […] é ver-me regressar ao poema da mesma forma com que o poema regressa a mim e ao outro. […] a contingência das palavras e o reaprendizado de ver. é quando as palavras não chegam que vêm a procura, e quando há ausência, ainda que parcialmente, há possibilidade de expandir, mostrar o que se assemelha e reforçar o desejo.” – Julia Peccini

A escritora Dora de Assis assim falou sobre a poesia de Julia:

“o poema se acha ou se cria se projeta ou está integrado em nós como algo que liga um osso a um músculo?  surge do que captam as nossas antenas treinadas para o susto e chega julia de sustos em série e de pedra em pedra ela ergue uma cidade possível de se passear com os vazios nossos esses tão difíceis de caber nos bolsos mas julia abre com os dedos e alarga o buraco pra caber mais sem medo do que ela não sabe mas adivinha. o que de julia peccini o poema arranca e não devolve e sua poesia nos arranca o corpo o único que temos e não sentimos falta mas presença essa na qual arriscamos uma vaga a todo instante de sobrevida a cada quase morte que não acontece mas que sussurra desde sempre desde antes de afrodite ali onde o amor é a única coisa que sobrevive à morte sempre um passo atrás de nós atenta a tudo driblamos corremos paramos quando a despistamos enquanto colocamos o coração para bater e se escrevemos é para tentar recuperar esse fôlego perdido que julia já adianta: não se recupera porque escrever é ver linhas por onde se sente e ceder a essas linhas ceder ao corte que os versos fazem na gente e ainda assim não nos alcançam. estão ao redor do que somos do que guardamos de nós não nos chegam, então julia nos faz ir até com a fome que nos vibra julia me coloca para andar parada com pedras ou sem convido vocês nesse silêncio aqui.”

Pintura de Andy Villela para o livro de Julia Peccini.

Apresentamos dois poemas da autora acompanhados de outtakes do ensaio da obra de Andy Villela:

bonaventura

no ato de amor
ao ato da linguagem
a poesia se rompe

desequilíbrios se
alimentam em ritmo
criação em criação,
aversão em aversão,
alheio—me a tudo.

ninguém entende
o discurso do regresso
ninguém entende
a comunhão
de ser apenas
uma espécie
definitiva

de irresistível
remanseio.

espaços de som

fui ensinada a encontrar o novo em todo oculto que vejo. tensão de palavras e mais palavras que dilaceram—me o sentido. toda a contingência de ser tido como o silêncio não vazio de sua imagem. prazer vislumbre brinca com verdade, extensão de consciência. encontro um feixe. cega—me. nunca me chega.


Julia Peccini é natural de Niterói, no Rio de Janeiro e vive em Portugal desde 2018. É Graduada em Português com menor em Línguas Modernas na Universidade de Coimbra e mestranda em Estudos Editoriais. É poeta e vê sua escrita como um processo inacabado de resistência e afirmação de si. Tem participação em revistas, antologias e festivais literários no Brasil e em Portugal. É autora dos livros Aqui cabe um poema (2021) e Nem só de amor vive Afrodite, pela Casa Philos.


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Publicado por:Philos

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